Helmut Lachenmann

Helmut Lachenmann (Estugarda, 1935) estudou piano, teoria e contraponto no Conservatório de Música da sua cidade, entre 1955 e 1958, e composição com Luigi Nono em Veneza entre 1958 e 1960. As primeiras interpretações públicas de obras suas ocorreram na Bienal de Veneza, em 1962, e nos Cursos Internacionais de Verão de Nova Música em Darmstadt. Ensinou na Universidade de Ludwigsburg e foi depois professor de composição nos Conservatórios de Música de Hanover (1976-81) e de Estugarda (1981-99). Orientou ainda vários seminários, workshops e masterclasses na Alemanha e noutros países – foi presença recorrente nos Cursos de Verão de Darmstadt entre 1978 e 2006. Em 2008, Lachenmann ensinou como “Fromm Visiting Professor” na Universidade de Harvard, Cambridge/MA. Em 2010 tornou-se membro do Royal College of Music, em Londres.
Recebeu numerosos prémios pelas suas composições, entre os quais o Siemens Musikpreis em 1997, o Royal Philharmonic Society Award (Londres) em 2004 e o Berliner Kunstpreis em 2008, bem como o Leão de Ouro da Bienalw de Veneza. Helmut Lachenmann tem doutoramentos honoris causa atribuídos pelos Conservatórios de Música de Hanôver, Dresden e Colónia, e é membro das Academias de Artes de Berlim, Bruxelas, Hamburgo, Leipzig, Mannheim e Munique. As suas obras são apresentadas em numerosos festivais e ciclos de concertos na Alemanha e noutros países.

 

Cândido Lima

Compositor, pianista, organista, professor, cronista, crítico, divulgador, ensaísta e conferencista, Cândido Lima (Viana do Castelo, 1939) é diplomado em Piano e Composição pelos Conservatórios de Lisboa e Porto, Doutorado pela Universidade de Paris I (1975/83) e no quadro de um Doctorat d’État pelas Universidades de Paris
I e Paris IV (1983/2000). Frequentou cursos em Portugal, Espanha, Holanda, Alemanha, França, etc. Frequentou estágios e cursos de música electrónica, informática e informática musical nas Universidades de Paris VIII (Vincennes), Paris I-II (Paris-Sorbonne e Pantéon-Sorbonne) (1975/1978), no CEMAMu, em 1978 e anos seguintes, e no IRCAM (1981/1992). Foi bolseiro, durante anos, da Fundação Gulbenkian e da Secretaria de Estado da Cultura, e ainda dos Cursos Internacionais de Santiago de Compostela (1969). Colabora nas Enciclopédias das Edições Verbo desde 1972.
Presidente da Juventude Musical de Braga, foi animador e apresentador de concertos da Juventude Musical de Braga e do Porto, da Pró-Arte. Formou, nas décadas de 60 e 70 um duo com o tenor Fernando Serafim. Criou o movimento nortenho de viagens de estudo aos Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea, com o patrocínio da própria Fundação Calouste Gulbenkian.
Fundou, em 1973, o Grupo Música Nova, tendo apresentado pela primeira vez em Portugal compositores como Wilfried Jentzsch, Jean-Battiste Barrière, Kaija Saariaho, Pascal Dusapin e instrumentistas como Stefano Scodanibio. Colaborou na vinda a Portugal, ao Porto e a Lisboa, do IRCAM e do UPIC-CEMAMu (1982). Escreveu obras de música de câmara, para orquestra, coro e orquestra, coro, instrumentos solo, para voz e instrumentos, música para teatro, música electrónica, eletroacústica e por computador. As suas obras Oceanos e A-MÈR-ES, compostas entre 1978 e 1979, introduzem, pela primeira vez na música portuguesa, e na orquestra, meios informáticos e meios electroacústicos. As Edições do Atelier de Composição lançaram uma publicação sobre a obra do compositor, primeiro número da colecção Compositores Portugueses Contemporâneos. Pascal Dusapin dedicou-lhe a obra Canto (1995). Não constam do currículo nem prémios, nem medalhas, nem condecorações.

Virgílio Melo

Compositor, professor e musicógrafo, Virgílio Melo (Lisboa, 1961) iniciou os estudos musicais no Conservatório Nacional de Lisboa, em Violino e Composição, tendo
sido particularmente marcado pelas aulas de Constança Capdeville e de Santiago Kastner.
Estudou composição com Emmanuel Nunes em Paris e Colónia, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Obteve o Diploma de Composição, por unanimidade, na Ecole Normale de Musique de Paris, o Primeiro Prémio de Estética do Conservatoire Supérieur de Musique de Paris e Segundo Prémio de Música Electrónica no Conservatoire Royal de Musique de Liège (Bélgica).
Frequentou o Curso de Técnico de Som no Institut des Arts de Diffusion em Louvain-la-Neuve (Bélgica).
Como compositor teve obras interpretadas em Portugal, França, Alemanha, Bélgica e Hungria. Participou nos Encontros de Música Contemporânea de Lisboa, no Festival Música em Novembro, no Festival Ars Musica em Bruxelas e no Festival Música Viva.
Como musicógrafo, colaborou com diversos textos tanto para publicações especializadas, como para outras de carácter mais generalista, nomeadamente no jornal Público, na revista Colóquio/Artes, Arte Musical, em diversos programas de concertos para Gulbenkian, TNSC, entre outros, e na colecção Compositores Portugueses Contemporâneos, do Atelier de Composição. Realiza regularmente sessões de audição comentada, em particular no Norte do País.
Possui igualmente experiência de direcção musical de agrupamentos vários, tendo tido aulas privadas de direcção de orquestra com Luca Pfaff e Jean-Claude Harteman.
Tem exercido intensa actividade docente em diversas instituições secundárias e superiores, tais como a ESMAE e a Universidade de Aveiro.

João Pedro Oliveira

João Pedro Oliveira (1959) estudou órgão, composição e arquitectura em Lisboa. Doutorou-se em Música (Composição) na Universidade de New York em Stony Brook. As suas obras incluem uma ópera de câmara, um Requiem, várias obras orquestrais, três quartetos de cordas, música de câmara, música para instrumento solo, música electroacústica e vídeo experimental. Nos últimos anos tem-se interessado especialmente na interacção entre a música instrumental e a música electroacústica, utilizando estes dois meios em quase todas as suas obras mais recentes. Recebeu mais de 30 prémios internacionais incluindo, entre outros, o Giga-Hertz Award e o Magisterium Prize do IMEB (Bourges). A sua música é tocada em todo o mundo, e a maioria das suas obras tem sido encomendada por instituições de prestígio internacional. É Professor Catedrático na Universidade de Aveiro e Professor Titular na Universidade Federal de Minas Gerais, onde ensina composição, música eletroacústica e análise. Tem igualmente publicado diversos artigos em revistas nacionais e internacionais, e escreveu um livro sobre teoria analítica da música do século XX. Contribui para o desenvolvimento de uma nova geração de compositores, e muitos dos seus alunos já receberam prémios nacionais e internacionais.

 

Luís Antunes Pena

Luís Antunes Pena (Lisboa, 1973), compositor de música instrumental e electrónica, mudou-se para a Alemanha em 1999, estabelecendo-se na cidade de Colónia, onde vive actualmente. A sua música revela uma preocupação crescente com o que o compositor designou de Consciência da Incerteza: a incorporação de métodos que promovem a ambiguidade da escrita e a incorporação das várias manifestações do ruído no processo criativo. Estudou Composição em Portugal com Evgueni Zoudilkine e António Pinho Vargas e, na Alemanha, com Nicolaus A. Huber, Dirk Reith e Günter Steinke. Recebeu ainda importantes impulsos de Gérard Grisey no IRCAM e de Emmanuel Nunes na Fundação Calouste Gulbenkian. Ainda durante os estudos em Portugal o seu interesse pela divulgação e vivência da música actual levou-o a criar, em conjunto com Diana Ferreira e João Miguel Pais, o festival internacional de música contemporânea Jornadas Nova Música – Aveiro (1997-2001). As suas obra tem sido encomendadas por instituições como o Donaueschinger Musiktage, a Fundação Calouste Gulbenkian, o ZKM | Karlsruhe (Centro de Arte e Média de Karlsruhe), a Philharmonie Essen, a Deutscher Musikrat, a Deutschlandfunk, o Ministério dos Negócios Estrangeiros Alemão, o Kasseler Musiktage, a MisoMusic, a Christoph Delz Foundation, a Kunst-Station Sankt Peter Köln, a Kulturstiftung Cottbus, a WDR e a SWR entre outras. A sua música está documentada em dois CDs autobiográficos publicados pela editora Wergo (“Caffeine”, Audio-CD Wergo, 2016 e “Terrains Vagues”, Audio-CD, Wergo, 2013). Desde 2008, a sua música encontra-se publicada pela editora sumtone.

Filipe Pires

Compositor, pianista e musicógrafo, Filipe Pires (Lisboa, 1934 - Porto, 2015) concluiu os estudos musicais no Conservatório Nacional em Piano e Composição (onde foi discípulo de Artur Santos, Lúcio Mendes e Croner de Vasconcellos), encetando, numa primeira fase, uma notável carreira como pianista (digressões por Portugal, Alemanha, Áustria, Bélgica e Dinamarca), ao mesmo tempo que aperfeiçoa os seus estudos na Academia de Música e Teatro de Hamburgo.
Paulatinamente, abandona a carreira de intérprete, em favor de dedicação à criação musical. Crítico musical na imprensa, conferencista e orientador de cursos vários de análise, frequentou os afamados encontros de Darmstadt (Boulez, Stockhausen), estudou composição dodecafónica em Berlim e, mais tarde, nos carismáticos estúdios de música electrónica parisienses, música concreta com o não menos carismático Pierre Schaeffer. De entremeio, foi professor do Conservatório de Música do Porto (ocupando o lugar deixado por Cláudio Carneyro, de quem foi biógrafo), no seu congénere lisboeta (do qual foi director) foi membro da Comissão Instaladora da Escola Superior de Música do Porto, onde leccionou até à sua aposentação. Foi, ainda, presidente da Juventude Musical Portuguesa, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Autores e director artístico da Orquestra Nacional do Porto e realizou funções de Especialista de Música no Secretariado Internacional da UNESCO, em Paris, com missões oficiais na Europa, África e América Latina, numa tarefa que lhe viria a proporcionar um vasto contacto com outras culturas musicais, que muito lhe serviram de inspiraram a várias obras que à época concretizou. Pela importância e excelência do seu trabalho, foi galardoado com o Prémio Almada do Instituto das Artes e com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores.
Faleceu a 8 de Fevereiro de 2015, no Porto, cidade que tomou como sua durante grande parte da sua vida. As Edições do Atelier de Composição lançam, nos Reencontros de Música Contemporânea 2017, um volume sobre a sua obra, na colecção de livros Compositores Portugueses Contemporâneos.

Henri Pousseur

Henri Pousseur (Malmedy, 1929 - Bruxelas, 2009) estudou no Conservatório de Liége com Pierre Froidebise e André Souris, professores que o iniciaram na música de Webern. Trava conhecimento com Boulez e com Stockhausen que lhe proporciona a oportunidade de trabalhar no Estúdio de Colónia, enquanto participa regularmente nos cursos de verão de Darmstadt. Destacando-se da sua produção desta altura, as obras Séismogrammes, Symphonies à quinze solistes e o Quinteto à memória de Webern, Scambi (para fita magnética), que produziu no Estúdio de sonologia de Milão.
Funda, em Bruxelas, o seu próprio estúdio, em 1958. Marcado pelo serialismo pós-weberniano, trabalha no sentido de um alargamento da sua técnica serial com integração da música do passado. Foi professor na Universidasde de Buffalo (1966-1968) e fundou o Centro de pesquisas musical na Valónia (1970), com Pierre Bartholomée e Philippe Boesmans. Foi nomeado director do Conservatória de Liège, em 1975, e dirigiu o Instituto de Pedagogia Musical, em Paris.
Foi ainda Compositor Residente na Universidade da Louvaina, de 1993 a 1998. A partir do seu próprio trabalho composicional, desenvolveu uma intensa actividade teórica, do mais alto relevo.
A sua obra está publicada na Universal Edition (Viena), e na Suvini Zerboni (Milão). O seu espólio foi depositado na Fundação Sacher, na Basileia.

Jaime Reis

Jaime Reis (Coimbra, 1983) iniciou os estudou musicais com António Tilly (5 - 12 anos de idade), prosseguindo-os no Conservatório de Música de Seia (12-17 anos). Entre os 17 e os 22 anos frequentou a Universidade de Aveiro onde concluiu a Licenciatura em Ensino de Música (Composição), recebeu três bolsas de mérito e estudou com João Pedro Oliveira. Entre os 22 e os 24 anos, frequentou o curso de doutoramento em Ciências Sociais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Aos 24 anos iniciou o doutoramento em Ciências Musicais  (FCSH-UNL) orientado pelos professores Salwa Castelo-Branco e Emmanuel Nunes, cujos seminários de composição frequentou regularmente desde 2003, a par de outros cursos, nomeadamente, com Karlheinz Stockhausen. Aos 19 anos organizou o seu primeiro festival: Dni Muzyki Portugalskiej w Krakowie, posteriormente designado Festival DME (Dias de Música Electroacústica). Tem proferido conferências e cursos em instituições como: Universidade de Woosuk – Coreia do Sul, Keio University - Tóquio, Uni. de Manila, Iloilo, Mindanao (e.o. nas Filipinas) SciencesPo - Le Havre, USP, UNICAMP, UFBA, UDESC, UFMG (e.o. no Brasil), Hochschule für Musik Franz Liszt Weimar, Cursos Stockhausen 2009 – Kürten, 42. Darmstadt Internationale Ferienkurse für Neue Musik, International Summer School of Systematic Musicology. É investigador no INET-md. Tem leccionado em escolas como a ESART, Instuto Piaget, FCSH-UNL, EMNSC e  Conservatório de Música de Seia, onde também integra a direcção pedagógica. Tem recebido encomendas de entidades como Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, Grupo Síntese, Duo Contracello, Borealis ensemble, UFT/INATEL, Festival Primavera, Logos Foundation (Belgium) e F.L.S.I. (Paris), entre outras. http://jaimereis.pt/

 

Clotilde Rosa

Clotilde Rosa (Lisboa, 1930), compositora e harpista, estudou no Conservatório Nacional de Lisboa, onde, depois de completar o curso de piano, começou a aprender harpa, instrumento de que faria carreira. Com bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian e do governo holandês, prosseguiu estudos em harpa particularmente, com Phia Berghout, em Amesterdão.
Desde cedo colaboradora assídua de Jorge Peixinho, integrou, desde a sua formação, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. Foi professora, primeiramente de Análise e Técnicas de Composição, depois de Harpa, na mesma instituição em que se formou, sendo a responsável da introdução, pela primeira vez em Portugal, da música contemporânea no programa curricular desse instrumento. Incentivada por Jorge Peixinho, inicia trabalho em composição, colaborando na obra colectiva In-con-subsequência.
Desde 1976, em que escreve a sua obra Encontro, assume-se como compositora. Nas suas próprias palavras, Clotilde Rosa diz: “Iniciei o meu trabalho de composição com uma linguagem não serial, utilizando acordes não consonantes, fragmentos melódicos e clusters. Fui seguindo com séries de doze sons, séries de harmónicos e outros materiais, empregando, embora sem rigidez, as técnicas do serialismo como meio de disciplina. Criei três acordes de quatro sons perfazendo, também deste modo, o total dos doze sons, empregando-os frequentemente de forma a constituir uma harmonia que se tornou peculiar ao longo da minha produção. Concebi pequenas células, muitas delas de apenas dois ou três sons que fui ramificando e aumentando em estilo imitativo. Como motor de desenvolvimento estrutural utilizei quase sempre as técnicas seriais. Muitas das minhas obras têm sido trabalhadas de forma contrapontística. Também tenho elaborado texturas, como um tecido musical, sobre o qual outros elementos vão aparecendo. O minimalismo repetitivo está presente em algumas das minhas obras que têm fragmentos aleatórios. Actualmente não obedeço a nenhum código estabelecido, utilizando de uma forma livre uma simbiose de todas as técnicas que usei anteriormente.”

Armando Santiago

Compositor, professor e maestro, Armando Santiago (Lisboa, 1932) estudou canto, piano e violoncelo no Conservatório Nacional de Lisboa, assim como Direcção de Orquestra com Hans Münch e Franco Ferrara, em Itália. Em 1954 é-lhe atribuído o Primeiro Prémio de História da Música e, em 1960, o Primeiro Prémio de Composição, ambos no Conservatório Nacional. Posteriormente desloca-se para Paris, onde estudou as técnicas da música concreta com Pierre Schaeffer, no Serviço de Pesquisa da ORTF.
Bolseiro dos Governos de Portugal e de Itália, trabalhou em Roma, com Boris Porena, e seguiu o curso de Goffredo Petrassi na Academia de Santa Cecília, obtendo o diploma de estudos superiores de Composição. Em 1968 fixa-se no Canadá, onde inicia actividade docente em Composição e dirige a classe de orquestra do Conservatório de Música de Trois-Rivières, instituição de que foi, mais tarde, director (1974-1978). Naturalizado canadiano em 1972, foi ainda nomeado director do Conservatório de Música do Quebec, tendo sido o responsável, a pedido da Direcção Geral dos Conservatórios de Música do Quebec, para prosseguir as reformas dos programas de ensino. Com um catálogo que abrange os géneros solísticos, de câmara, orquestral, vocal e electrónico, a sua actividade de composição surge como uma forma de responder a uma necessidade pessoal, procurando o cumprimento do detalhe e da justeza de cada atitude. Sem perder de vista o ensino da História, para Armando Santiago, compor não é um acto isolado da problemática geral da criação artística.
A partitura musical não é, assim, mais do que um ‘ajustamento’, por via de códigos específicos, e o compositor um artesão-filtro, sensível e ecléctico. As transformações da linguagem e dos símbolos, apanágio do diálogo, penetrarão então implicitamente, por osmose, na estrutura profunda da obra, e isto, à margem da adopção activa de soluções imediatas de última hora, do refúgio sistemático da trajectória da herança, ou do pudor dos valores do humano.

Lei Liang

Compositor sino-americano, Lei Liang (Tianjin, 1972) estudou Composição com Harrison Birtwistle, Robert Cogan, Chaya Czernowin e Mario Davidovsky. Diplomado pelo New England Conservatory of Music e pela Universidade de Harvard, foi professor na China, na Shaanxi Normal University College of Arts, em Xi’an. Leccionou, igualmente, no Conservatório de Música Wuhan e no Middlebury College. Actualmente é professor na Universidade da California, San Diego. Distinguido com o Prémio Roma, em 2011, o seu concerto Xiaoxiang, para saxofone e orquestra, foi finalista do Prémio Pulitzer em Música, em 2015. Com inúmeras encomendas efectivadas, destacam-se aquelas pela New York Philharmonic and Alan Gilbert, para o concerto inaugural do CONTACT! – New Music Series. A sua música está presente em registo áudio nos catálogos Naxos, Mode, New World, Bridge, Innova e Telarc Records. Dedica-se, igualmente, à investigação e preservação da música tradicional asiática.

Ângela Lopes

Ângela Lopes (Ovar, 1972) completou o Curso de Piano na Academia de Música de Santa Maria da Feira (1995) e o Curso Superior de Composição na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (2000), na classe do compositor Cândido Lima. Estudou ainda com os compositores Álvaro Salazar (Electroacústica), Filipe Pires (Orquestração) e Virgílio Melo (Electroacústica). Completou a sua formação assistindo a Seminários, Workshops e Conferências com Cândido Lima, Carlos Guedes, Ken Valinsky, Virgílio Melo, Paul Mèfano, Filipe Pires, António de Sousa Dias e Emmanuel Nunes. No ano lectivo de 2004/2005, iniciou o Doutoramento em Composição, sob orientação do compositor João Pedro Oliveira, na Universidade de Aveiro, e co-orientação do compositor Mario Mary, na Universidade de Paris VII. Colaborou na projecção do som da peça Circuitus, de Virgílio Melo e na realização de programação e projecção da obra Gestos-Circus-Circulus, de Cândido Lima, colaborando regularmente com o Grupo Música Nova. Escreve para formações diversas instrumentais e/ou vocais e ainda música electroacústica e música para audiovisuais e/ou multimedia, tendo colaborado com o Teatro Pé de Vento e respondido a encomendas de diversos festivais. Lecciona a disciplina de Análise e Técnicas de Composição no Conservatório de Música do Porto.

Emmanuel Nunes

Emmanuel Nunes (Lisboa, 1941 - Paris, 2012) foi um dos compositores portugueses mais influentes e com maior destaque internacional. Não alheio a essa projecção terá sido o apoio sustentado que a Fundação Calouste Gulbenkian lhe foi prestando a partir da década de 70.
Tendo começado a aprender solfejo aos 14 anos, a partir dos 18 anos estudou Harmonia, Contraponto e Fuga, com Francine Benoît, na Academia de Amadores de Música,  trabalhando particularmente com Fernando Lopes Graça entre 1962 e 1964. Paralelamente, estudou filologia germânica e grega na Universidade de Lisboa. Participou nos cursos de Darmstadt entre 1963 e 65, tornando-se especialmente importantes para a sua formação os cursos de Henri Pousseur e de Pierre Boulez. Fixou-se em Paris, em 1964. Por essa altura assistiu regularmente aos cursos de análise e composição de Karlheinz Stockhausen, em Colónia, estudando música electrónica com Jaap Spek e fonética com Georg Heike, ao mesmo tempo que segue os ensinamentos de Pousseur.
A análise que empreendeu sobre Momente, de Stockhausen, foi decisiva na sua pesquisa. A relação entre som, duração e percepção do discurso torna-se uma das suas preocupações essenciais.
Em 1971– ano em foi apresentada em público a sua primeira obra — Purlieu — obteve o 1º Prémio de Estética no Conservatório Superior de Música de Paris.
Foi bolseiro do Ministério da Educação Nacional (1973-74), da Fundação Calouste Gulbenkian (1976-1977) e do Ministério da Cultura Francês (1980), tendo sido compositor em residência em Berlim, com uma bolsa DAAD (1978-1979). A partir 100 de 1988, trabalhou regularmente no IRCAM, tendo à sua disposição às mais recentes tecnologias aí desenvolvidas no campo da espacialização (e da electrónica em tempo real), parâmetro que assumirá enorme importância na sua obra, mormente através de um contraponto interactivo entre a partitura instrumental e a realização electrónica (como em Lichtung I – III).
Embora não de forma exclusiva, várias das suas obras dividem-se entre dois ciclos, cada um deles baseado num dado material temático: ciclo 1 (a partir de um anagrama de 4 notas) e A Criação (baseado na noção de par rítmico aplicada à métrica, aos intervalos, ao fraseado e mesmo à espacialização).
Dirigiu seminários em diversas instituições internacionais, de que se destaca a importância das suas vindas à Fundação Calouste Gulbenkian, em que, a partir de 1981, os compositores das gerações seguintes receberam beneficiaram dos seus ensinamentos. Ensinou também nas Universidades de Pau e Harvard, assim como nos Cursos de Verão de Darmstadt. Foi professor de Composição na Escola Superior de Friburgo, entre 1986 e 1991 e, a partir de então, no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris.
Recebeu encomendas de diversas instituições, entre as quais a Fundação Calouste Gulbenkian, a Radio-France e o Ministério da Cultura Francês, tendo as suas obras sido apresentadas nos mais importantes festivais, como Royan, Donauschingen, Ars Musica, Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea, Bienal de Veneza, Présences,
tendo sido homenageado como figura central em diversos festivais de música contemporânea. Prémio UNESCO (1999) e Pessoa (2000), foi Doutor Honoris Causa pela Universidade de Paris VIII.

João Pais

João Pais (Lisboa, 1976) estudou composição e música electrónica em Lisboa, Londres e Freiburg. Participou em seminários de composição com Emmanuel Nunes e Salvatore Sciarrino, entre outros (Paris, Darmstadt, Szombathély) e de direcção coral. Estudou direcção coral com José Robert. Juntamente com os seus colegas Diana Ferreira e Luís Antunes Pena, fundou e dirigiu entre 1997 e 2001 o festival Jornadas Nova Música em Aveiro. Com Alberto C. Bernal e Enrique Tomás desenvolveu o projecto Endphase, focando os temas da improvisação e música conceptual com meios electrónicos, apresentando-se na Europa, Ásia e América do Sul. Entre 2010 e 2012, Pais foi o curador da série de performance BodyControlled no espaço LEAP (Berlim). Pais criou e desenvolve o software Click Tracker, destinado a apoiar a execução, estudo e composição de música contemporânea. Desde há vários anos, Pais desenvolve o seu trabalho como copista profissional, dedicando-se principalmente à edição de música contemporânea. Trabalha para editoras como Editions Wilhelm Hansen, Chester Music, Suvini Zerboni, Tre Media, Ricordi München, tal como para vários compositores e ensembles de renome. Actualmente Pais trabalha para a notengrafik berlin, onde dirige a edição de obras de nova música. Residente em Berlim, Pais dedica-se à notação, programação, composição e performance com meios acústicos e electrónicos.

Rui Penha

Compositor, artista intermédia e performer de música electroacústica, Rui Penha (Porto, 1981) completou um Doutoramento em Música (Composição) na Universidade de Aveiro. A sua música foi tocada e gravada por músicos como Arditti Quartet, Peter Evans, Remix Ensemble ou Orquestra Gulbenkian. Foi fundador e curador da Digitópia (Casa da Música) e tem um grande interesse pela relação entre a música e a tecnologia. A sua produção recente inclui interfaces para expressão musical, software para espacialização sonora, instalações interactivas, robôs musicais, autómatos improvisadores e software educativo. Leccionou em diversas instituições de ensino superior Portuguesas (DeCA-UA, ESMAE, ESART, ULP) e é, actualmente, Professor Auxiliar Convidado na FEUP e Investigador Sénior no INESC TEC. Mais informações em http://ruipenha.pt 

Ângela da Ponte

Doutorada pela Universidade de Birmingham (Reino Unido), Ângela da Ponte vive actualmente no Porto, onde desenvolve as actividades de compositora e de colaboradora na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, leccionando ainda no Conservatório Regional de Música de Vila Real. Do seu trabalho, destaca a participação no 8º Workshop Orquestra Gulbenkian para Jovens Compositores Portugueses, onde estreou a peça EKIS III, sob a direcção de Joana Carneiro. Em 2011, foi Jovem Compositora Residente na Casa da Música, escrevendo para a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música (direcção de Michael Sanderling), Remix Ensemble Casa da Música (direcção de Emílio Pomárico) e Nuno Simões (vencedor do Prémio Jovens Músicos 2010, percussão). Outros projectos em 2012 incluem a colaboração com o músico residente no CCC Caldas da Rainha– Sérgio Carolino (tuba)– escrevendo para o DUO XL e o ensemble TUBAX e, ainda, o projecto– 21 KHz– de que é co-fundadora, juntamente com o compositor Dimitris Andrikopoulos- projecto que se define como sendo "um interesse comum dos dois compositores/performers em explorar e experimentar o potencial expressivo de sons concretos e a sua manipulação com vários media". Em Março de 2014 colaborou com a Orchestre National d’Île de France e o Choeur Régional Vittoria d’Île de France, resultado de uma encomenda da orquestra para compor um acompanhamento orquestral da obra a cappella: Psaume 92 D953, de Schubert. Nesse mesmo ano, foi convidada pela própria orquestra para ser membro do júri no concurso de composição Île de créations. A sua música tem sido tocada regularmente em Portugal, no Reino Unido com o BEAST (Birmingham ElectroAcoustic Studio Theatre) em concertos no Ikon Gallery, CBSO e Elgar Concert Hall (Birmingham), México (Festival Visiones Sonoras 2016), Polónia (Audiokineza), Colômbia e Espanha.

Steve Reich

Steve Reich (Nova Iorque, 1936) estudou Filosofia na Universidade Cornell e composição na Juilliard School of Music, com William Bergsma e Vincent Persichetti. Concluiu o Mestrado em Música no Mills College, em 1963, onde trabalhou com Berio e Milhaud.
Na década de sessenta, assume um papel de destaque na linha do minimalismo de Terry Riley (etiqueta que o compositor rejeita).
Uma viagem a África na década de setenta abriu-lhe novas perspectivas, nomeadamente a nível da percussão. Com a peça Drumming (1970-71) iniciou o grupo Steve Reich and Musicians, compondo em 1974 outra das suas obras mais relevantes: Music for 18 Musicians.
Ao longo da sua carreira, Reich recebeu inúmeros prémios e distinções, sendo a sua música regularmente programada nas principais salas de todo o mundo ocidental.

António Chagas Rosa

António Chagas Rosa (Lisboa, 1960) estudou História e Piano na sua cidade natal. Partiu para a Holanda em 1984, onde se graduou em Composição, em Roterdão, em 1992. Foi também maestro repetidor na Ópera de Amesterdão e professor na classe de ópera do Conservatório Sweelinck da mesma cidade. É autor de numerosos ciclos de canções, de óperas de câmara, de música sinfónica, de câmara, para instrumentos solistas e ainda de música coral. A sua segunda ópera, Melodias Estranhas, resultou de uma encomenda conjunta das cidades de Roterdão e Porto /Capitais Europeias da Cultura em 2001. A gravação do seu conto musical As Feiticeiras (encomenda do Ensemble Musicatreize de Marselha), com poema de Maria Teresa Horta, recebeu o prémio da crítica francesa em 2007 (Victoire de la Musique, Radio France), tendo sido apresentado na Cité de la Musique, em Paris, no ano seguinte. Recentemente ressaltam as encomendas que recebeu do coro de câmara Les Éléments de Toulouse (Lumine clarescet, no programa Iberia) e A Wilde Mass (sobre textos de Oscar Wilde) para o Ensemble Musicatreize. As suas obras têm vindo a ser apresentadas em alguns dos festivais internacionais de música contemporânea mais importantes - Viena, Zurique, Amesterdão, Paris, Estrasburgo, Valencia e Caracas, entre outros. Desde 1996 ensina música de câmara na Universidade de Aveiro, onde se doutorou em 2006. 

Álvaro Salazar

Compositor, maestro, professor e crítico musical, Álvaro Salazar (Porto, 1938) iniciou os estudos musicais no Porto, prosseguindo-os no Conservatório Nacional de Lisboa. Em 1962 licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, ingressando mais tarde na carreira diplomática, que veio a abandonar em 1972, para se dedicar exclusivamente à música. Teve como mestres, no estrangeiro, Gilbert Amy (Análise) e Hans Swarowsky e Pierre Dervaux (Direcção de Orquestra). Na qualidade de bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, frequentou em Paris o Groupe de Recherches Musicales. Nas provas finais do Curso de Direcção na École Normale de Paris, foi-lhe concedida, por unanimidade, a mais alta classificação. Como chefe de orquestra actuou à frente das principais orquestras portuguesas e ainda em Espanha, Colômbia, França, Alemanha e Itália.
Foi professor na Escola de Música do Conservatório Nacional e nas Escolas Superiores de Música do Porto e de Lisboa.
Em 1978, fundou a Oficina Musical, grupo dedicado ao estudo e divulgação da música do Séc. XX, do qual é ainda director artístico.
Pelos serviços prestados à cultura musical, foi distinguido com a Medalha de Mérito (Ouro) da Câmara Municipal do Porto e o Prémio Almada do Instituto das Artes Ministério da Cultura.
A Cooperativa Árvore, do Porto, prestou-lhe uma homenagem em sessão pública e a Sociedade Portuguesa de Autores, no âmbito das celebrações do 80º aniversário, atribuiu-lhe a Medalha de Honra da Sociedade.
Das suas obras, destacam-se o trabalho orquestral Glosa e Fanfarra sobre uma Fantasia de António Carreira, o ciclo Intermezzi, para várias formações solo ou  camarísticas, ou o notável Quarteto de Cordas dedicado a Fernando Lopes Graça.
As Edições do Atelier de Composição dedicaram-lhe um número na colecção de livros Compositores Portugueses Contemporâneos.

Arnold Schönberg

Caso paradigmático de auto-didactismo nos estudos musicais, Arnold Schönberg (Viena, 1874 - Los Angeles, 1951) foi dos mais importantes compositores e teóricos de todos os tempos. Iniciando-se, desde cedo, com pequenas experiências na composição, o próprio compositor advogava que Óscar Adler (violinista), David Bach (linguista, filósofo e matemático) e Alexander von Zemlinsky (compositor) eram os três responsáveis pela sua primeira instrução musical e literária. Depois de uma fase inicial, caracterizada por uma expansão da linguagem tonal vigente, e em que pontificam obras da maior importância como o admirável sexteto de cordas – Noite transfigurada (1899), o poema sinfónico Pelléas e Mélisande (1903), ou a Sinfonia de Câmara (1906), Schönberg passa por obras de magistral importância na sua produção (Pierrot Lunaire, de 1912), até que se aproxima definitivamente da atonalidade (ou “tonalidade suspensa”, como o próprio preferia), que o leva a desenvolver o sistema dodecafónico que surge, pela primeira vez no seu trabalho composicional, na Valsa, das suas Cinco peças para piano, Op. 23 (1920-1923). Sistema tão importante quanto ainda hoje por muitos odiado, marcou indelevelmente não só os seus directos alunos, mas também todas as gerações seguintes. Com a tomada do Poder pelos Nazis, Schönberg vê-se forçado a abandonar Berlim, exilando-se primeiramente em França e depois, definitivamente, nos Estados Unidos, onde viria a desenvolver uma actividade académica de relevo.

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