Emmanuel Nunes

Emmanuel Nunes (Lisboa, 1941 - Paris, 2012) foi um dos compositores portugueses mais influentes e com maior destaque internacional. Não alheio a essa projecção terá sido o apoio sustentado que a Fundação Calouste Gulbenkian lhe foi prestando a partir da década de 70.
Tendo começado a aprender solfejo aos 14 anos, a partir dos 18 anos estudou Harmonia, Contraponto e Fuga, com Francine Benoît, na Academia de Amadores de Música,  trabalhando particularmente com Fernando Lopes Graça entre 1962 e 1964. Paralelamente, estudou filologia germânica e grega na Universidade de Lisboa. Participou nos cursos de Darmstadt entre 1963 e 65, tornando-se especialmente importantes para a sua formação os cursos de Henri Pousseur e de Pierre Boulez. Fixou-se em Paris, em 1964. Por essa altura assistiu regularmente aos cursos de análise e composição de Karlheinz Stockhausen, em Colónia, estudando música electrónica com Jaap Spek e fonética com Georg Heike, ao mesmo tempo que segue os ensinamentos de Pousseur.
A análise que empreendeu sobre Momente, de Stockhausen, foi decisiva na sua pesquisa. A relação entre som, duração e percepção do discurso torna-se uma das suas preocupações essenciais.
Em 1971– ano em foi apresentada em público a sua primeira obra — Purlieu — obteve o 1º Prémio de Estética no Conservatório Superior de Música de Paris.
Foi bolseiro do Ministério da Educação Nacional (1973-74), da Fundação Calouste Gulbenkian (1976-1977) e do Ministério da Cultura Francês (1980), tendo sido compositor em residência em Berlim, com uma bolsa DAAD (1978-1979). A partir 100 de 1988, trabalhou regularmente no IRCAM, tendo à sua disposição às mais recentes tecnologias aí desenvolvidas no campo da espacialização (e da electrónica em tempo real), parâmetro que assumirá enorme importância na sua obra, mormente através de um contraponto interactivo entre a partitura instrumental e a realização electrónica (como em Lichtung I – III).
Embora não de forma exclusiva, várias das suas obras dividem-se entre dois ciclos, cada um deles baseado num dado material temático: ciclo 1 (a partir de um anagrama de 4 notas) e A Criação (baseado na noção de par rítmico aplicada à métrica, aos intervalos, ao fraseado e mesmo à espacialização).
Dirigiu seminários em diversas instituições internacionais, de que se destaca a importância das suas vindas à Fundação Calouste Gulbenkian, em que, a partir de 1981, os compositores das gerações seguintes receberam beneficiaram dos seus ensinamentos. Ensinou também nas Universidades de Pau e Harvard, assim como nos Cursos de Verão de Darmstadt. Foi professor de Composição na Escola Superior de Friburgo, entre 1986 e 1991 e, a partir de então, no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris.
Recebeu encomendas de diversas instituições, entre as quais a Fundação Calouste Gulbenkian, a Radio-France e o Ministério da Cultura Francês, tendo as suas obras sido apresentadas nos mais importantes festivais, como Royan, Donauschingen, Ars Musica, Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea, Bienal de Veneza, Présences,
tendo sido homenageado como figura central em diversos festivais de música contemporânea. Prémio UNESCO (1999) e Pessoa (2000), foi Doutor Honoris Causa pela Universidade de Paris VIII.

Organização

Arte no Tempo
Atelier de Composição

Apoios

DGArtes
Teatro Aveirense
Câmara Municipal de Aveiro

Outros Apoios

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